O que é melhor, ser o Líder Bonzinho ou Tirano? Essa é uma pergunta que recebo quase todos os dias, e não vem apenas de Líderes em início de carreira não, esse tipo de questionamento é feito inclusive por gestores de alto nível e até por pessoas da área de recursos humanos.
Vou te explicar o caminho mental que naturalmente a maior parte dos líderes acabam seguindo de forma quase que inconsciente: Ao chegar na posição de liderança, o novo gestor quer fazer tudo certo, agir da melhor maneira possível e ser o líder que nunca teve, então ele assume a postura de amigão de todo mundo, diz “sim” para todos os pedidos e faz vistas grossas quando o resultado não é o esperado.
Aqui nasceu o que eu apelidei carinhosamente de “Compaichefe”, uso esse termo para descrever o Líder que abre mão dos seus objetivos para que outro realize o objetivo dele. Compassivo, agradável e sentimental ele começa a ver que há algo errado e que os resultados da empresa/setor começam a cair.
Esse líder começa a ver o ambiente mudar para pior, as pessoas começam a faltar ou se ausentar sem causa aparente, aqueles que antes eram engajados agora parecem desmotivados e ele acaba se sobrecarregando de tarefas não feitas, ou seja, percebe que ser bonzinho demais acaba atrapalhando muito sua gestão.
Sua mente então pensa que já que não funciona ser bonzinho, agora a equipe vai ver o que é um chefe ruim, agora ele vai pegar pesado e vai dizer “não” para tudo e para todos, vai ser um verdadeiro tirano e cuspir fogo em todo mundo, pronto, e aqui nasce o filhotinho de “Chefezila”.
Faço esse trocadilho com o próprio Godzilla, aquele monstro que anda gritando e pisando em todos a sua frente. O “Chefezila” é o chefe que tem apego excessivo a si mesmo, as suas decisões e suas coisas em detrimento dos interesses alheios. Controlador, comandante, unilateral, autocrático e autoritário ele começa a perceber que esta postura é ainda pior e que seu ambiente de trabalho agora é doentio e tóxico.
Nos primeiros dias dessa postura as pessoas da equipe até entregam mais resultados e ele começa a acreditar que está agindo certo, porém, em poucos meses esse líder começa a ver as pessoas doentes física e mentalmente, afastamentos por saúde, pedidos de demissão, baixa criatividade, pessoas com medo de dar opiniões e serem punidas.
É aqui que a dúvida chega e esse gestor fica sem saber qual é a forma certa de agir. Ele acaba flutuando entre um e outro perfil sem saber exatamente o que está fazendo e sendo excessivo em momentos errados. E o que eu tenho para lhes dizer é: calma! A melhor forma de agir não é nem o “Compaichefe” e nem o “Chefezila”.
Estamos tão acostumados a viver em polaridades que esquecemos que existe o meio do caminho, ou seja, decidir qual a postura de Liderança correta a se seguir não é 8 nem 80, não é preto ou branco, 0 ou 1, esqueça o método cartesiano, aqui a forma correta de se portar diante do time é o CAMINHO DO MEIO, ou o que eu chamo de “LÍDER JUSTO”.
O Líder Justo avalia a situação por todos os ângulos antes de agir, ele toma decisões pensando no bem coletivo e tem em mente o que é melhor para o negócio/ área, e não o que é melhor para ele mesmo ou para o outro. Esse líder justo sempre leva em consideração também o momento e sentimento das pessoas, agindo de forma proporcional, coerente, imparcial e correta.
E você, tem sido um "Compaichefe", "Chefezila" ou um Líder Justo?
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